infortúnios.

14/07/2008

ego (ou sobre coisas randômicas que orbitam ao redor do meu umbigo)

Eu gosto de revistas de design. Gosto mesmo. Gosto de todas aquelas cores pulando, e formas desconexas que brigam umas com as outras, harmonicamente. Gosto de desenhar. Mas meus desenhos, só em preto e branco. A caneta de gel preta, formas simples, linhas retas, curvas, nuvens, caras e diversos outros clichês. E gosto de apontar o lápis com canivete, parece até que eu sei de técnicas de desenho. Mas no fim os rabiscos saem a mesma porcaria. Ah, dane-se.
Eu gosto de tomar chá verde depois das refeições. No início era porque chá verde tem um gostinho bom. Depois descobri que chá verde faz parte daquelas dietas de desesperadas que agente vê nas revistas que ficam do lado dos caixas no super (Emagreça 10kg em três meses! Dieta do tanquinho! Dieta do chá de cogumelo! – junto com fotos de antes de depois). Agora eu tomo meu chá e sinto um alívio, como se emagrecesse muito por causa dele. Às vezes eu gosto de me enganar com essas pequenas coisas.
Eu realmente gosto de letras de músicas. Eu me identifico com quase noventa por cento das coisas que eu ouço freqüentemente. Se não me identifico, não escuto muito. Aliás, eu me identifico com coisas de mais até... me identifico com músicas de coração partido, com músicas felizes e apaixonadas, tristes e melancólicas... eu vivo várias pessoas ao mesmo tempo. Também me identifico com biografias, sobretudo de autores póstumos e que foram absurdamente infelizes ao longo de suas vidas. Eu seria um pouco Kafka com C.Lispector. Hipocondria Literária.
Hipocondria.
Eu tenho medo de ficar louca. Meu avó é bipolar e tem hipocondria. Meu pai tem problemas de ansiedade e já tomou fluxotina. Eu maltrato meu estômago fazendo terrorismo psicológico comigo mesma. Mas isso já se tornou aceitável. A última coisa que eu quero é me entupir de remédios, tirar fotos deles e chorar as mágoas através de um blog secreto por aí. Eu sempre pensei que os nossos problemas é a gente que tem que resolver. A sós.
Não sei se tenho medo de morrer, não penso mais nisso. Não sei se acredito em Deus, desisti de pensar sobre isso do mesmo modo. Só sinto uma mistura de medo e indiferença. E isso é, de fato, paradoxal.
Paradoxal. Paradoxo mais sufixo al formador de adjetivos a partir de substantivos... eu gosto de morfologia. Basóides, bases livres... Também gosto de fonemas, fones e distribuição complementar. Mesmo assim, eu sei que eu gosto de trabalhar mesmo é com design...

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2 Comments:
Blogger POEM HAS BROKEN said...

Eu gosto, praticamente, de apenas uma coisa.
Na verdade eu não gosto. Na verdade eu amo. Na verdade a coisa não é coisa nem pessoa, nem momento, nem instante. Gosto que a coisa que não é coisa nem pessoa goste de design, chá verde, músicas que fazem chorar/rir pq também não sou coisa nem pessoa e gosto das mesmas coisas. Gosto de me entupir de chá verde, sair pra comprar revistas/livros, sair pra me entupir com sorvete de menta, sair pra fotografar, sair por sair, sair de mão dada com a coisa que não é coisa nem pessoa, sair ou ficar debaixo dos cobertores explodinhos de cosquinhas e birrinhas lindinhas e tantas outras coisas. Eu não sei se me indentifico com alguma coisa, se vou ficar louco, se sou hipocondriaco, se tenho medo de morrer. Eu tenho tantos medos, tantos receios... Já tive vontade de pular de um prédio, de me atirar na frente de um onibus, de me chapar absurdamente com remédios( ou outras drogas ilícitas), já tive vontade de viver, viajar, dormir e já tive vontade de não fazer nada disso. Eu tenho um tio alcoltra, um pai rascista, um avo com problema cardiáco,minha mae tem problemas de convulsão e minha avó tem sérios problemas de colesterol e outras coisas, será que terei tudo isso junto reunido? Quais as possibilidades que tenho de ficar louco? Quais as possibilidades que tu tem de ficar louca? Quais as possibilidades que temos de ficarmos loucos? Quais as possibilidade que temos? Afinal, essa coisa que não é coisa nem pessoa, que é extremamente inteligente( ao contrário de mim)é mais que gostar de qualquer coisa.
Não é um instante, não é um aprendizado, não é uma lembrança, não é um momento ou uma reprise. É toda uma vida. É toda aquela coisa da gestação, nascimento, primeiras palavras, os primeiros passos embriagados, o primeiro dia na escola, a adolescencia, o primeiro emprego e enfim. Toda essas significado que damos para a vida. Idependentemente do que posssa acontecer no futuro, essas coisa que não é coisa nem pessoa vai ficar comigo para toda a minha vida trancada no peito pra sempre. Eu te amo, idependente do que possa acontecer.

26 de julho de 2008 às 12:25  
Anonymous Anônimo said...

Como eu já te disse, sua chatinha, tu não vai ficar hipocondríaca, não vejo isso em ti. Além do mais, caso ficasse, isso não seria tão mal assim. Cada um tem seus probleminhas. E sei que tu tem os teus, eu tenho os meus, a pessoa que escreveu o lindo comentário acima tem os dela. Mas o que fica mesma é tua personalidade. E fico feliz de saber que tu sabe como tua personalidade é fofinha, cheia de coisinhas e deseinhos e arvorezinhas sintáticas.
Como diz nossa amiga, UPAAA. hauhaua
Ou então: Hug beaaaaaar!
\o\

25 de agosto de 2008 às 23:14  

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