infortúnios.

31/10/2007

why does it always rain on me?

...ou ainda: descobri a quinze minutes atrás que hoje era Halloween.

Medo. Muito medo. Coisas bizarras acontecendo. Palestra sobre livro que virou ocasião para aqueles annoying discursos vegans (parênteses: omito aqui a minha opinião sobre o assunto. é que a conversa é longa, o tempo é pequeno e textos grandes demais são, em sua maioria, chatos e ponto. mas o negócio é que a insistência desses discursos é pain in the ass e ponto.) Insetos dando razante no meu rosto - tá, isso é normal. Um passarinho que caiu morto no Solarium. E eu que chorei depois de catar o bichinho - com folha de caderno e todas as bichisses de alguem sem jeito pra essas coisas - e enterrar o pobrezinho (seria uma.. hum... tendência ao cristianismo?? béééé). Tudo isso pra depois ver que hoje é dia 31. Tá explicado. *conformismo supersticioso - não me pergunte que diabos é isso - mode on*
O negócio é que eu me senti no melhor estilo personagem da Clarice Lispector. Depois de um dia de merda, de fúrias uterinas, de sono e aulas enfadonhas e daqueles meus ataques de apatia, vô lá eu me isolar no Solarium pra pensar na vida e fazer meus desenhos non-sense. E não é que do nada caiu um passarinho no chão? Hesito. Hesito. Ninguém faz nada. Nem sei se alguém chegou a olhar pro pobre coitado. Então eu - não sem antes botar um halls na boca (não me pergunte por que) - fui lá recolher o pássaro suicida. E não sei se porque ele era tão pequenino ou se porque quando eu olhei pra ele, ele ainda tremeu uma última vez as perninhas, só sei que eu explodi em uma angústia tão ridícula quando as lágrimas que estavam nos meus olhos. Levei o passarinho enrolado numa folha de caderno - já comentei sobre as minhas frescurisses - pra fora do prédio da Letras e fiquei um tempo sem saber o que fazer. O cadaverzinho dele na minha mão. E agora? E agora? Enterrar onde? Olhei pros gramadinhos do campus achando todos "indignos" do meu protegido. Até que decidi colocar ele atrás de umas pedras. Cavoquei bem pouquinho e pus o que restou de uma passarinho ali. Cobri com folhas e desatei no choro. Bem ridícula assim. Deve ter sido a TPM. Mas por que ele tinha que ter caído justo naquela hora? Na minha frente? Bem quando eu divagava sobre a minha vida, quando eu fazia meus solilóquios interiores, quando eu pensava no Kafka, quando eu me identificava com aquele maldito egocentrico infeliz... Por que Deus - se é que ele existe, e ai jaz uma outra infindável discussão - ao invés de deixar que eu matasse mais uma parte de mim em paz, foi matar justo aquele serzinho miúdo e infeliz?

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