ego (ou sobre coisas randômicas que orbitam ao redor do meu umbigo)
Eu gosto de tomar chá verde depois das refeições. No início era porque chá verde tem um gostinho bom. Depois descobri que chá verde faz parte daquelas dietas de desesperadas que agente vê nas revistas que ficam do lado dos caixas no super (Emagreça 10kg em três meses! Dieta do tanquinho! Dieta do chá de cogumelo! – junto com fotos de antes de depois). Agora eu tomo meu chá e sinto um alívio, como se emagrecesse muito por causa dele. Às vezes eu gosto de me enganar com essas pequenas coisas.
Eu realmente gosto de letras de músicas. Eu me identifico com quase noventa por cento das coisas que eu ouço freqüentemente. Se não me identifico, não escuto muito. Aliás, eu me identifico com coisas de mais até... me identifico com músicas de coração partido, com músicas felizes e apaixonadas, tristes e melancólicas... eu vivo várias pessoas ao mesmo tempo. Também me identifico com biografias, sobretudo de autores póstumos e que foram absurdamente infelizes ao longo de suas vidas. Eu seria um pouco Kafka com C.Lispector. Hipocondria Literária.
Hipocondria.
Eu tenho medo de ficar louca. Meu avó é bipolar e tem hipocondria. Meu pai tem problemas de ansiedade e já tomou fluxotina. Eu maltrato meu estômago fazendo terrorismo psicológico comigo mesma. Mas isso já se tornou aceitável. A última coisa que eu quero é me entupir de remédios, tirar fotos deles e chorar as mágoas através de um blog secreto por aí. Eu sempre pensei que os nossos problemas é a gente que tem que resolver. A sós.
Não sei se tenho medo de morrer, não penso mais nisso. Não sei se acredito em Deus, desisti de pensar sobre isso do mesmo modo. Só sinto uma mistura de medo e indiferença. E isso é, de fato, paradoxal.
Paradoxal. Paradoxo mais sufixo al formador de adjetivos a partir de substantivos... eu gosto de morfologia. Basóides, bases livres... Também gosto de fonemas, fones e distribuição complementar. Mesmo assim, eu sei que eu gosto de trabalhar mesmo é com design...
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