Eu abri minha caixinha de quinquilharias. (picture this: aquela cena em que abrem a arca e saí uma luz de dentro dela.. é, não foi nada disso.) Saldo: um papagaio da claro (siiiim, EU TENHO O PAPAGAIO DA CLARO. Encardido, mas tenho.), cartinhas de amigos desde a 7ª série (sim, eu sou uma fresca que guarda esse tipo de coisa. fresca e bundona. eu tenho uma carta de sei lá quantas folhas de uma amiga da sétima série. e as folhas ainda estão todas enroladas, tipo cartas de fãs de klb e essas boybands em geral. eu também tenho cartas da época do segundo grau - uns dois anos atrás.. erm... - mas essas são de um amigo em particular que tem aquele humor fino, irônico, aquele amigo que dá vontade de espancar porque tu queria escrever que nem o desgraçado e a única coisa que tu consegue fazer é despejar um punhado de pensamentos espancando o teclado... e... erm, continuando. eu também achei a caneta da hello kitty que a minha sogra me deu. he. essa está devidamente lacrada e nunca será usada. a caneta, não a sogra. ainda tem uma vela verde que eu roubei de uma festa de 15 anos. claro, só me dava mal em festinhas. aliás, sempre me dei mal em festinhas. o jeito era deixar o meu lado cleptomaníaca fluir. oh yeah. ainda tem o coco que o berleze me trouxe de porto seguro. é de madeira, tem um pedacinho de canudinho colado do lado e um buraco do outro lado. supimpa. nunca usei, nunca usarei. guardo e não minto. tem um coelho estranho que eu não me lembro da onde era e ainda tem o meu chaverinho de vaquinha. sehr schön. também figuram entre os objetos peculiares uma aranha de borracha (sem comentários. estou tão espantada quanto você. cof cof). tem a medalha daquele jergs de basquete que o time tirou segundo lugar numa competição de 3 times e todas as gurias do time prometeram falar pro colégio que a gente tinha jogado contra váááários times, de gurias enoooormes e.. e..
e eu fico nostalgica com as minhas quinquilharias. culpa do tempo livre. (desculpa pra se atolar de coisas pra fazer.) mas eu fico assim, assim. eu abro a minha caixa e dou de cara com a foto da turma da sétima série do Colégio Nossa Senhora da Glória (a gente tinha que ter fôlego pra falar o nome inteiro de uma vez só. é sério.) e, pela primeira vez em anos, eu não tenho vergonha do que eu vejo ali. Tá certo que o meu cabelo tava preso de uma maneira bizarra, e que as minhas sobrancelhas eram enormes (eu tenho um sério problema com sobrancelhas grandes...), mas eu era a eu. ao menos eu acho. acho que eu tô sentindo essa nostalgia bobo alegre porque eu acreditei na época, e continuo acreditando da maneira mais boba ainda, naquilo que o Diego B. escreveu num cartãozinho pra mim na oitava série (detalhe para o cartão: era sorteio e todos eram obrigado a fazer um pro coleguinha. como eu era a "dark" - ai como eu odeio o jeito idiota como esse termo soa - da sala, ele fez um cartão em forma de caveira escrito korn e rock nos ossinhos. he he), e ele disse assim: "Izadora: você é muito legal e inteligente continue assim que vc tera um futuro de sucesso. Ass: Diego B."
(Devido às fatídicas limitações da palavra, utilizo-me do meu super recurso literário-cinematográfico*cof cof* após ler a última palavra do cartão, dá um sorriso meio de canto, guarda o cartãozinho e fecha a caixa. fica olhando para o computador, angustiada por não conseguir descrever aquele friozinho na barriga: anxious, eager. mas feliz por senti-lo. a tela vai escurecendo até o breu total. fim.)
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